sábado, 3 de maio de 2008

Alimentação saudável e menos saudável - vamos a contas!

Quem disse que comer saudavelmente fica caro?


Certamente alguns de nós já terão ouvido alguém dizer que isto de comer saudavelmente é para quem pode, não é para o bolso de todos.
Para desmistificar esta ideia elaboramos um plano alimentar para 1 dia com 2 versões.
Na primeira versão, o plano alimentar baseava-se nos princípios de uma alimentação saudável defendida pela roda dos alimentos. Na segunda versão elaboramos um plano alimentar menos saudável, mais rico em gorduras saturadas, açucares, corantes e conservantes.


Vamos então a contas!

Versão Saudável

Versão menos Saudável

Pequeno Almoço

1 pão de mistura (0,12€) com 1 fatia de queijo (35g - 0,31€)

1 chávena de leite meio gordo (250 ml - 0,15€)

1 maçã golden (100 g - 0,16€)

Total = 0,74€

1 café (0,60€)

1 pastel de nata (0,60€)

Total = 1,20€

Meio da Manhã

1 iogurte magro com pedaços de morango (0,35€)

1 pera rocha (100 g - 0,10€)

Total = 0,45€

1 croissant simples (0,80€)

Meia de leite (0,80€)

Total = 1,60€

Almoço

1 sopa de legumes (50 g de cada ingrediente: couve branca (0,04€), cenoura (0,03€), abóbora (0,09€) e batata (0,05€)

Massa com frango (50 g de massa espiral - 0,05€ + 70 g de peito de frango - 0,54€)

1 kiwi (100g - 0,25€)

Total = 1,05€

1 fatia de quiche (1,80€)

2 rissóis de carne (1,20€)

1 refrigerante (1,00€)

Total = 4,00€

1º lanche

1 pão de mistura (0,12€) com 1 fatia de fiambre de peru (35 g - 0,35€)

1 tangerina (80g - 0,13€)

Total = 0,60€

1 meia de leite (0,80€)

1 torrada com manteiga (1,20€)

Total = 2,00€

2ºlanche

1 iogurte magro com pedaços de pêssego (0,35€)

Total = 0,35€

Jantar

1 sopa de legumes (50 g de cada ingrediente: couve branca (0,04€), cenoura (0,03€), abóbora (0,09€) e batata (0,05€)

Dourada grelhada (200g – 1,20€) com batata cozida (70g – 0.07€) e bróculos (100g –0,15€)

1 banana (100g – 0,24€)

Total = 1,87€

Bife (200g - 3,58€) com ovo (0,15€) e batatas fritas (200g – 0,17€)

Óleo para fritar (250 ml – 0,40€)

1 pudim flan (0,30€)

Total = 4,60€

Ceia

1 copo de leite meio gordo (250 ml – 0,15€)

Meio pão de mistura simples (0,06€)

Total = 0,21€

1 pacote de leite chocolatado (0,26€)

6 bolachas com recheio de chocolate (0,24€)

Total = 0,50€

Total do Dia €

5,27€

13,90€

Diferença diária

8,63€

Valor diário a multiplicar por 30 dias

158,10€

417€

diferença em 30 dias

258,90€ de diferença em 30 dias


O presente modelo comparativo foi realizado tendo por base os preços dos produtos alimentares da marca Continente (nos casos em que a marca não comercializava o referido produto foi utilizado o preço da marca mais barata do produto em questão). Os preços foram obtidos no dia 29 Abril 2008 através do sítio da referida marca http://www.continente.pt/.
Nas refeições típicas de café os preços apresentados reflectem a generalidade dos preços praticados nestes estabelecimentos.
As doses apresentadas foram calculadas para um adulto.



Embora sujeito a limitações, a presente comparação pretende fornecer uma visão geral de um possível dia alimentar saudável demonstrando que por vezes o que pagamos em 3 idas ao café já seria suficiente para comer durante o dia todo fazendo 7 refeições por dia.


Dá que pensar, não dá?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Aumente o consumo de peixe, mas com precaução!

Os ácidos gordos Ómega-3 existentes no peixe têm um efeito protector sobre o coração. É um dado adquirido que as pessoas deveriam incluir uma maior quantidade de peixe na sua dieta. Contudo, o aumento do consumo de peixe deve ser feito com alguma prudência.

Nas últimas décadas, a poluição marinha tem-se acentuado e dispersado por todo o mundo. Um dos poluentes mais perigosos é o mercúrio. Este metal pesado é encontrado em elevadas concentrações em determinadas espécies de peixes e outros animais marinhos usados na nossa alimentação e é um dos que mais tem contribuído para os casos de intoxicação prolongada ou crónica. Entre os seus principais efeitos estão os danos neurológicos em bebés e crianças e o aumento do risco de ataques cardíacos.

Para poder beneficiar dos efeitos do consumo dos ácidos gordos Ómega-3 presentes no peixe e minimizar o risco de consumo de mercúrio e outros contaminantes é importante:

  • conhecer as espécies com maior potencial de acumulação destes poluentes;
  • regular a quantidade e frequência de consumo dessas espécies.

O peixe espada, o atum, o espadarte e a cavala são das espécies onde têm sido encontrados os níveis mais elevados de mercúrio.
As mulheres grávidas e as crianças não deverão consumir estes tipos de peixes, pois são os grupos mais sensíveis aos efeitos do mercúrio.
O “nosso querido” bacalhau e o linguado só deverão ser consumidos uma vez por mês.
O salmão, as sardinhas e as percas só devem ser comidos duas vezes por semana.

Como se pode verificar, o leque de escolhas reduz-se substancialmente. A solução passa, acima de tudo, por diversificar o consumo e exigir às autoridades competentes um maior controlo sobre a qualidade dos produtos alimentares.

Fontes:

Associação Portuguesa dos Nutricionistas
RealSimple
Manz

terça-feira, 29 de abril de 2008

MyPyramide.gov uma ajuda para os pais

A percentagem de crianças e adolescentes que ingerem as porções diárias recomendadas de frutos e legumes não chega aos 25% e poucos são os que praticam algum tipo de exercício físico. Com a subida das taxas de obesidade entre crianças e adultos, é importante fornecer informações e dicas para que as crianças aprendam a fazer escolhas alimentares saudáveis.

MyPyramid.gov realizou uma campanha, com a ajuda da Walt Disney, que incentiva os telespectadores a visitar o site http://www.mypyramid.gov/index.html e utilizar a pirâmide alimentar como uma ferramenta eficaz para ajudar os seus filhos a melhorar os seus hábitos alimentares.

Dá uma espreitadela...

(para ouvires desliga a música que se encontra no fundo da pagina do lado direito)

Além disso, no site podemos encontrar jogos educativos e muito divertidos para os mais novos.

Café pode prevenir cancro da mama

Segundo um estudo realizado em conjunto pelas Universidades de Lund e Malmo da Suécia publicado na revista Cancer Epidemiology, dependendo da variante de um determinado gene que a mulher possui, uma taxa de consumo de café de pelo menos dois a três copos por dia pode reduzir o risco total de desenvolver cancro da mama ou retardar o aparecimento do cancro.

O efeito do café está relacionado com os estrogénios, hormonas sexuais femininas. Determinados produtos metabólicos dessas hormonas são conhecidos como cancerígenos, e vários componentes do café podem alterar o metabolismo de maneira a que a mulher adquira uma melhor configuração dos vários estrogénios. Além disso, o café contém cafeína, o que dificulta o crescimento de células cancerígenas.

A investigadora Helena Jernstrom em os seus colaboradores têm estudado o hábito de beber café em cerca de 460 doentes com cancro da mama que são tratados em Lund. Os resultados demonstram que o efeito do café varia de acordo com a variante de um gene chamado CYP1A2 que as mulheres possuem e que codifica uma enzima que metaboliza tanto estrogénios como café. Metade das mulheres tinham uma variante denominada A / A, enquanto as restantes tinham A / C ou C / C.

As mulheres que tinham uma das variantes C, e que tinham bebido, pelo menos, três chávenas de café por dia, desenvolveram, consideravelmente, menos cancro da mama do que as mulheres com a variante A / A do gene, com o mesmo consumo de café. O risco de contrair a doença era de apenas dois terços do risco das restantes mulheres.

As mulheres com a variante A / A que haviam bebido duas ou mais chávenas de café por dia receberam uma ajuda mais duvidosa do seu consumo de café. Por um lado, o seu cancro apareceu consideravelmente mais tarde em relação às mulheres que raramente ou nunca tinham bebido café, numa média de idade de 58 anos, em vez de 48 anos, excepto se tivessem recorrido a uma terapêutica de substituição hormonal nos sintomas da menopausa. Por outro lado, quase 15 por cento destas mulheres tinham tumores insensíveis aos estrogénios (RH negativo), mais difíceis de tratar.

"A maioria das participantes, no entanto, tinha tumores sensíveis aos estrogénios, mais fáceis de tratar.", diz Helena Jernström.

A investigadora salienta, porém, que ainda é muito cedo para fazer quaisquer recomendações alimentares quanto ao consumo de café:

"São novas informações que precisam ser confirmadas por outros estudos antes de podermos emitir quaisquer recomendações. Se o café, de facto, proporciona alguma protecção contra o cancro da mama então um país em que em tanto café é consumido, como a Suécia devia ter menos incidência de cancro da mama em relação a outros países. Verificamos, pelo menos na comparação com os E.U.A., que a percentagem de casos de cancro da mama na população é consideravelmente superior e as pessoas bebem mais café descafeinado e menos café em geral. "


Fonte: Medical News Today

segunda-feira, 28 de abril de 2008

ICAN: Infant, Child, & Adolescent Nutrition, nova revista de nutrição a ser lançada em 2009

A obesidade e as doenças que lhe estão associadas, como a diabetes, são cada vez mais comuns na nossa sociedade. Os distúrbios alimentares tornaram-se a principal problemática dos jovens de hoje, criando uma falta de informação sobre como lidar com questões de nutrição pediátrica.

Para responder a esta necessidade de mais informação sobre nutrição em crianças e adolescentes, SAGE, a quinta maior editora de revistas do mundo, está prestes a lançar uma nova revista, ICAN: Infant, Child, & Adolescent Nutrition, uma revista multidisciplinar para clínicos em nutrição pediátricos.


A primeira edição da revista sai em Janeiro de 2009, apoiada por um corpo editorial de nutricionistas, enfermeiros, médicos, terapeutas da fala e especialistas em pediatria aguda primária e cuidados nutricionais. ICAN será uma revista bimestral que servirá de recurso para os profissionais de saúde envolvidos nos cuidados nutricionais das crianças desde o nascimento até à adolescência.


O objectivo desta revista é oferecer as últimas informações relativas a distúrbios alimentares, educação do aleitamento materno, cuidados agudos e crónicos e apoio nutricional através de relatórios de investigação e de opiniões, perspectivas clínicas, estudos de casos, e muito mais.


"Estou animada por colaborar num projecto desta importância", disse Linda Heller, editora da ICAN e Directora da Clínica de Nutrição do Hospital das Crianças de Los Angeles. "O lançamento desta revista reconhece a importância que a nutrição desempenha na saúde, bem-estar e desenvolvimento da criança. ICAN vai contribuir significativamente para a abordagem de alguns dos pontos mais críticos da saúde pediátrica do nosso tempo."


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Come a sopa, vá lá!

Isto é o que se diz frequentemente aos meninos e meninas, não é? Sim, porque aos graúdos já ninguém obriga a comer a sopita...


A educação do paladar e a criação de hábitos alimentares saudáveis começa (ou deveria começar...) na infância. Na maioria das vezes palavras como as do título do presente post por si só não surtem efeito na cabecinha dos mais pequeninos, isto porque em idades mais precoces a criança é muito sensível a estímulos sensoriais, mais do que a palavras vãs proferidas por pais em desespero...

Eles precisam de algo mais apelativo e nesta idade nada é mais apelativo à criança do que a ACÇÃO - aprender pela brincadeira, aquilo que os educadores designam por Aprendizagem Activa. Por isso vamos todos por mãos à obra (em especial, nós, futuros nutricionistas)!

Deixamos aqui alguma ideias engraçadas para estimular nas crianças o gosto pelos legumes e vegetais. O importante não é que a criança faça bem, mas sim que faça, que participe, que se divirta e que aprenda!

Para a cozinha com eles! Um avental e um degrau (pequeno banco para que cheguem à banca da cozinha) e estão prontos para dar uma valiosa ajuda a lavar e separar os legumes da sopinha. Claro está que no final vão dizer que a sopa foi feita por eles, e ainda bem porque assim certamente irão comê-la com mais gosto!


Porque não plantar num vasinho, num canteiro ou num espacinho do quintal (se houver), uma cenoura ou uma alface? Claro que o importante é que sejam as crianças as fiéis cuidadoras deste futuro alimento, verificando como este se vai desenvolvendo ao longo do tempo. Com tanto cuidado e afecto às vezes o difícil é colher este legume e colocá-lo na panela...!

Conheces alguém que plante legumes, vegetais? Óptimo! Vamos levar lá as crianças, deixá-las ajudar no cultivo, na apanha e na rega dos produtos hortícolas. Certamente isto desmistificará a ideia de que quem produz os produtos hortícolas é o supermercado onde a mamã e o papá fazem as compras...


Levar as crianças às compras é outra óptima ideia! Pois, as birras pelos doces... e porque não concentrar a atenção e a energia da criança na escolha, pesagem e colocação no carrinho de todos as frutas e produtos hortícolas? As crianças adoram sentir-se necessárias e valorizadas pelo seu trabalho!


Ler não para as crianças mas sim com as crianças, escolhendo livros apelativos que nos ajudem nesta empreitada da alimentação saudável (não, não é preciso gastar dinheiro, por exemplo, a Biblioteca Almeida Garrett tem uma diversidade de livros infantis, inclusivé sobre a temática da alimentação que são colocados à disposição para empréstimo)


Por último (last but not the least) pede ajuda ao Avô Cantigas, ainda te lembras dele? Sim, ainda é vivo e parece até que renasceu... (estas novas tecnologias fazem milagres...) e todas as crianças o conhecem! Entre as várias músicas novas que ele tem há uma que nos pode dar uma grande maõzinha na altura de comer a sopa, ora vê!


(para ouvires desliga a música que se encontra no fundo da pagina do lado direito)

A criança é influenciada pelos comportamentos e atitudes que observa nos adultos que a rodeiam, por isso se não comermos a nossa sopa certamente a criança ao nosso lado também não se sentirá estimulada a fazê-lo! O exemplo parte sempre dos adultos, principal modelo de comportamento da criança.

2008 - Ano Internacional da Batata (e do Planeta Terra)

O Ano Internacional da Batata foi declarado pela Organização das Nações Unidas, na resolução 60/191 de 22 de Dezembro de 2005.

Iniciativas em torno deste tema estão a cargo da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), pretendendo chamar a atenção mundial para o papel que este tubérculo poderá assumir na erradicação da pobreza.

Toda a informação em torno deste ano international poderá ser consultada no seu site oficial http://www.potato2008.org. Aqui podes ficar a conhecer (quase...) tudo sobre este tubérculo, participar num concurso fotográfico à volta do tema e até mesmo fazer um jogo onde são testados os teus conhecimentos sobre a batata. Experimenta!

terça-feira, 22 de abril de 2008

World Food Program

A fome continua a ser um dos principais problemas mundiais difíceis de resolver. Para cada sete pessoas no mundo há uma que não recebe o suficiente para se alimentar convenientemente e levar uma vida saudável, tornando a fome e a ausência de nutrição num risco para a saúde mundial superior à SIDA, malária e tuberculose juntas.


A falta de nutrição é uma forma menos visível da fome mas que afecta mais a população mundial. Milhares de pessoas têm de sobreviver com a ingestão de uma pequena parte das calorias diárias necessárias para ter uma vida saudável.

Todos os anos, cerca de 11 milhões de crianças morrem antes de completarem os cinco anos de idade; a subnutrição está associada a 53% destas mortes (fonte: Caulfield et al., The American Journal of Clinical Nutrition. 2004 Julho), custando a vida de uma criança a cada cinco segundos.

World Food Programme é a agência das Nações Unidas na frente da luta contra a fome mundial.

WFP nasceu há 45 anos, como consequência de um terramoto que atingiu o Irão, em Setembro de 1962, seguido de um furacão na Tailândia em Outubro. A Argélia acolheu 5 milhões de refugiados desses países, a falta de alimentos tornou-se eminente e foi aí que o World Food Programme actuou suprindo as necessidades alimentares, e não parou desde então.

Mais de 70 milhões de pessoas em cerca de 80 países sobrevivem a cada ano graças aos alimentos fornecidos pela WFP.

Esta organização é totalmente dependente de doações voluntárias, por isso é necessária a ajuda de todos para combater esta causa tão importante que é a luta contra a fome no mundo.

A World Food Programme actua para:

  • Salvar vidas quando há crises de refugiados ou outras emergências;
  • Melhorar a qualidade de vida das pessoas mais vulneráveis do mundo nos momentos mais críticos das suas vidas ;
  • Tornar possível o desenvolvimento das populações:

(a) apoiando a construção de um património que as beneficie directamente;

(b) promovendo a auto-suficiência dos mais pobres e das comunidades.


O vídeo que se segue ilustra o quão importante é a missão desta organização na luta contra a fome mundial.



(para ouvires desliga a música que se encontra no fundo da pagina do lado direito)