domingo, 20 de abril de 2008

Aumento do Preço dos Alimentos - um desafio para os nutricionistas!

Já pensaram no impacto que o recente aumento do preço dos alimentos poderá ter na nutrição humana e, mais especificamente, no trabalho dos nutricionistas?
Para começar, vamos tentar compreender as origens do problema do aumento dos preços. De uma forma geral, pode dizer-se que existem 3 razões principais para a recente escalada dos preços dos produtos alimentares:

  • Aumento da procura por parte de países em desenvolvimento com um acentuado crescimento demográfico (ex. Índia e China). Paralelamente, a maior restrição das exportações por parte destes países tem também potenciado o aumento dos preços.
  • Maiores custos de distribuição e de produção dos alimentos, resultantes não só do seu maior processamento, mas também da sua exportação para locais mais distantes e do aumento do preço do petróleo.
  • Aposta nos biocombustíveis, o que faz com que uma parte significativa das colheitas de cereais e dos terrenos de cultivo seja desviada da indústria alimentar para a indústria energética (ex. produção de bioetanol).

Este conjunto de factores levou a que o preço de alimentos como o arroz, o milho, o trigo e a soja aumentassem 75% desde o ano 2000. Consequentemente, o preço da carne, leite e derivados também sofreu grandes aumentos, uma vez que a maior parte das rações para animais é feita à base de cereais.

Todas estas mudanças à escala global afectam e continuarão a afectar de forma mais incisiva os países mais pobres (crises humanitárias e conflitos gerados pela fome e falta de água), mas também os países mais ricos serão afectados.
Antecipando o agravamento da situação nos próximos anos, é importante reflectir sobre as suas implicações para Portugal.
Do ponto de vista do nutricionista alguns dos desafios que actualmente se colocam no desenrolar da sua actividade terão tendência a agravar-se, nomeadamente:

  1. Como planear refeições saudáveis quando os alimentos que as constituem escasseiam ou não são acessíveis a um grande sector da população, devido ao seu preço elevado?
  2. Como será possível o Serviço Nacional de Saúde comportar os custos com a saúde decorrentes da adopção de hábitos alimentares pouco saudáveis?
  3. Como educar as pessoas com menos recursos financeiros para a importância de adquirir os alimentos mais saudáveis, que serão eventualmente mais caros?


Fontes:
World Socialist Web Site
AgroNotícias
SIC Online

1 comentário:

Alexandra Pereira & Ana Rita Lemos & Marta Rola disse...

Esta é uma situação extremamente preocupante. Vivemos numa sociedade que precisa de mudar os seus hábitos alimentares, adoptando um estilo mais saudável. Com a subida dos preços dos alimentos esta mudança vai ainda ser mais dificultada.
Parabéns pelo tema e pelo blog!
Continuação de bom trabalho!